Daniel Silva, Modal Asset:
Não há o risco de o Copom antecipar um aumento da Selic. O BC tem sido bastante claro no sentido de que não vai utilizar a política monetária para controlar o câmbio. Uma antecipação da alta de juros ocorreria apenas caso as projeções de inflação Focus e dos modelos do BC começassem a subir afetados pela instabilidade cambial ou eleitoral.
A alta do dólar e a greve dos caminhoneiros certamente ajudam na convergência da inflação para a meta. Ainda trabalhamos com um cenário base de inflação abaixo de 4% em 2018 (portanto, ainda abaixo da meta de inflação de 4,5%). Por outro lado, o risco da inflação ficar abaixo do piso da meta (3%) pelo segundo ano consecutivo pode ser considerado praticamente desprezível em virtude desses choques inflacionários.
Não acreditamos que o CMN vá promover mudança nas metas de inflação já definidas, se limitando a estabelecer a meta de inflação para 2021 em 3,75%, aproveitando a oportunidade atual de inflação baixa e sua elevada credibilidade para dar continuidade ao processo de convergência da meta de inflação brasileira para patamares mais próximos de outros países emergentes.
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