Modal Tactical figura em matéria da Exame sobre os melhores multimercados de 2016.
O ano de 2016 foi difícil até para os gestores tradicionais de multimercados, que tiveram ganhos extraordinários em 2015 graças à alta do dólar e dos juros, mas sofreram no ano passado para repetir o desempenho.
A forte oscilação dos mercados, que fez o Índice Bovespa passar de menos de 40 mil pontos para mais de 65 mil, e a eleição de Donald Trump nos EUA quando tudo parecia entrar nos eixos por aqui, surpreendeu os que esperavam um movimento mais linear. Mas a maioria conseguiu superar o juro diário do CDI acumulado no ano, de 13,94%.
Levantamento feito com a ferramenta de fundos do sistema Economática revela que, de uma amostra de 103 fundos multimercados com patrimônio acima de R$ 20 milhões e que afirmam aceitar investimentos de varejo, 66 renderam mais que o CDI no ano até 30 de dezembro.
E alguns foram muito bem, como o XP Long Biased, um fundo pequeno da gestora da XP que acumulou ganho de 78,18% em 2016 e 94,5% desde 2015, um pouco até fora da curva. Um pouco do seu ganho se explica pelos riscos assumidos pelo gestor: o indicador Value at Risk (VaR), que mostra quanto o fundo pode perder em um ano, chegou a mais de 18%, o maior da amostra. Ou seja, o fundo correu mais risco para ganhar isso tudo.
O fundo aplica em outra carteira com o mesmo nome, o XP Long Biased FI Multimercado que, em sua última carteira aberta, concentrava fortemente as aplicações em algumas ações, como Itaú Unibanco PN, com 16% das aplicações, Transmissão Paulista PN, mais 16%, Bradesco PN, BB Seguridade e Sabesp ON, mais 10% cada, perfazendo 63% do total.
Outros que também correram mais riscos foram o Sparta Cíclico e o JGP Equity, que têm ações em suas carteiras, o que aumenta suas oscilações e seu risco.
O destaque de 2016, diferentemente do ano anterior, são fundos menos conhecidos ou menores.
Do total, 13 conseguiram rendimentos acima de 20% no ano, como o Kapitalo Zeta, o Mauá Macro, do ex-diretor do Banco Central (BC) Luiz Fernando Figueiredo, e o Sparta Cíclico (ver abaixo).
Fundos sofreram com dólar e exterior
Outros gestores, porém, sofreram com a instabilidade do dólar, caso dos fundos com aplicações no exterior, que ganharam no ano passado com a alta da moeda americana e devolveram parte dos ganhos.
Com a queda do dólar no ano passado, de 17,67%, os multimercados com aplicações lá fora tiveram perdas, como o Itaú Multiestratégia S&P 500 ou o Safra S&P Special, com prejuízos de quase 10% no ano, mas ganho de 33,29% e 34,32% em dois anos, respectivamente.
Sem contar esses fundos mais voltados para o exterior, alguns gestores tiveram um desempenho mais modesto este ano.
Grandes casas, desempenho mais modesto
Já as grandes casas especializadas em multimercados, como a Verde Asset, a SPX ou o Safra, tiveram resultados mais modestos em 2016, mas que, se somados aos do ano passado, ainda representam um bom ganho.
Provavelmente, os gestores procuraram reduzir o risco no ano passado diante das fortes oscilações e do bom desempenho de 2015.
O fundo Verde, um dos maiores multimercados do mundo, aparece na amostra com uma de suas diversas carteiras – há outras que reproduzem a mesma estratégia, mas como são destinadas a clientes exclusivos, não divulgam seus números ao mercado. Até dia 30, o Verde tinha ganho no ano de 14,95%, superando o CDI e acumulando 47,86% no ano.
O SPX Nimitz, do ex-BC Beny Parnes, acumulava 19,06% no ano e 51,62% em dois anos. Já o Garde D’Artagnan, do ex-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Marcelo Giufrida, tinha 17,99% no ano e 46,06% em dois anos. E o Safra Gallileo Special aparecia com 17,02% no ano e 38,64% em dois anos
O Gávea Macro, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, tinha ganho de 16,04% no ano e 47,45% em 12 meses e o Ibiúna Hedge, de dois ex-diretores do BC, rendia 14,33% no ano e 35,53% em dois anos.
Leia a tabela na íntegra em http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/os-fundos-multimercados-que-mitaram-em-2016/